Samuel Johnson é um estudante de doutorado do terceiro ano em Estudos Literários, Culturais e Linguísticos no Departamento de Línguas Modernas da Universidade de Miami. Sam completou sey BA em Aquinas College, Grand Rapids, MI e seus mestrados na Universidade do Novo México em Albuquerque, NM. Seus interesses de pesquisa incluem ecocrítica, indigeneidade, (des)colonialidade, cidadania, justiça climática, direitos humanos/não humanos e suas intersecções com literatura contemporânea e cinema no espaço transnacional e intercultural da floresta amazônica.
Samuel Johnson is a third year PhD student in Literary, Cultural, and Linguistic Studies in the Department of Modern Languages at the University of Miami. Sam completed his BA at Aquinas College in Grand Rapids, MI and his master's degrees at the University of New Mexico in Albuquerque, NM. His research interests include ecocriticism, indigeneity, (de)coloniality, citizenship, climate justice, human/non-human rights, and their intersections with contemporary literature and film concerning the transnational, intercultural space of the Amazon rainforest.
Docuficção da floresta: Injustiça Ecológica e Epistemica em Iracema: Uma transa amazônica (1976) e Ex-Pajé (2018)
Embora separados por três décadas, os filmes Iracema: Uma transa amazônica (1976) e Ex-Pajé (2018) compartilham conexões variadas baseadas nos seus cenários, forma cinematográfica e narrativas que compartilham o objetivo de criticar a colonização contemporânea da Amazônia através de práticas cinematográficas transgressivas. Ambos os filmes contêm uma mistura de narrativa fictícia vagamente conectada, cenas improvisadas e filmagens documentais que desafiam normas de documentários e filmes dramáticos. Eu argumento que os desafios ao gênero nesses filmes emergem de aproximações descoloniais aos seus temas, exigido pela complexidade de envolver questões relacionadas ao poder do estado/igreja, o ecocídio e epistemecida na Amazônia. Iracema: Uma transa amazônica, dos diretores Jorge Bodanzky e Orlando Senna, revela o custo social e ambiental da Rodovia Transamazônica e o discurso de “Brasil Grande” – um projeto de desenvolvimento proposto pelo regime ditatorial que tem muitos paralelos com as metas neocolonialistas do governo Boslonaro hoje. Em Iracema percebem-se o colonialismo patriarcal e "a ferida colonial" (Mignolo 2009) – ou as consequências físicas, psicológicas e ecológicas do racismo colonial e do extrativismo – através da história de uma mulher jovem apanhada no desmatamento impulsionado pelo desenvolvimento da Amazônia na década de 1960. A ferida colonial também é aparente no Ex-Pajé, mas o diretor Luiz Bolognesi e a estrela Perepera Suruí também centram cuidadosamente seu filme no conhecimento e nas práticas de cura do povo Paiter Suruí e sua contínua "re-existência" (Mignolo 2017) no conhecimento de Perpera e do próprio filme. Embora talvez apenas vagamente conectados geograficamente através de sua produção nas vastas, mas conectadas fronteiras da floresta amazônica, é nesta conexão geográfica que eu localizo esses filmes como produtos de "pensamento fronteiriço" (Mignolo 2012). Em sua cinematografia-fronteiriça, os cineastas retratam visceralmente os projetos coloniais e revelam o poder pedagógico inerente do cinema para capturar as relações exploratórias e violentas da sociedade brasileira dominante aos seus estados periféricos, seus moradores marginalizados e o mundo natural.
Amazônia; Cinema; Colonialidade; Etnocídio; Ecocídio.
Docufiction of the Forest: Ecological and Epistemic Injustice in Iracema: Uma transa amazônica (1976) and Ex-Pajé (2018)
Though separated by three decades, the films Iracema: Uma transa amazônica (1976) and Ex-Pajé (2018) share a variety of connections based in their settings, film form, and narratives that share the aim of critiquing the ongoing colonization of Amazonia through transgressive filmmaking practices. Both films are comprised of a mix of loosely connected fictional narrative, improvised scenes, and documentary footage that challenge documentary and dramatic filmmaking norms. I argue that the genre-bending storytelling in these films emerges out of decolonial approximations to their subjects as necessitated by the complexity of engaging questions of related to state/church power, ecocide, and epistemicide in the Amazon. Jorge Bodanzky and Orlando Senna’s Iracema: Uma transa amazônica, reveals the social and environmental cost of the Rodovia Transamazônica and the discourse of “Brasil grande” – a development plan proposed by the dictatorial regime with many parallels to the Boslonaro government’s neocolonialist goals today. In Iracema, viewers perceive patriarchal coloniality and “the colonial wound” (Mignolo 2009) – or the physical, psychological, and ecological, consequences of colonial racism and extractivism – through the tale of a young girl caught up in the deforestation driven development of the Amazon in the 1960s. The colonial wound is also apparent in Ex-Pajé, though Director Luiz Bolognesi and star Perepera Suruí’s story is also thoughtfully centered on Paiter Suruí knowledge and healing practices and their continued “re-existence” (Mignolo 2017) through Perpera and the film itself. Though perhaps only loosely connected geographically through their production in the vast but connected borderlands of the Amazon rain forest, it is in this geographical connection that I locate these films as products of “border-thinking” (Mignolo 2012). In their border-filmmaking, the filmmakers viscerally portray colonial projects and reveal the inherent pedagogical power of cinema to capture the exploitative and violent relationships of dominant Brazilian society to its peripheral states, their marginalized residents, and the natural world.
Amazon; Cinema; Coloniality; Ethnocide; Ecocide.